Este é um dos grandes desafios de um líder: ter certeza que sua equipe confia nele e, assim, mantém a verdade.
Polêmico ou não, é preciso lidar com essa questão. Ganhar essa consciência possibilita uma evolução e uma compreensão maior das reações e percepções da hegemonia de sua equipe.
Vários anos de consultoria me mostraram a importância de lidar com estas questões e, principalmente, de partilhar com vocês alguns aprendizados. Esse assunto foi tema da revista Harvard também, no fim do ano passado.
As mentiras são artefatos de defesa em muitas ocasiões e assim devem ser encaradas em sua primeira versão. Na cultura e nas relações, a mentira é sinal de desonestidade e também de deslealdade, por isso muitos líderes reagem imediatamente com decisões radicais, que podem causar mais estrago do que o necessário.
Evitar conversas difíceis é sempre o caminho mais fácil. Talvez a demissão de um funcionário por ter mentido pode ser o exemplo que se quer passar.
Entretanto, quero aqui alertar para alguns princípios, com o objetivo de ampliar sua análise ao se deparar com a mentira. Analisar cada passo pode ampliar sua competência de liderança e construir maior coesão com sua equipe:
- Conceda o direito da fala. Acredite na atitude positiva que levou a pessoas a tomar essa atitude. Escute de forma aberta, pois algumas mentiras acontecem para proteger a equipe ou até você mesmo.
- Ofereça o benefício do desenvolvimento. Após conhecer o caminho e as razões, verifique qual a proposta de ajuste concedida pela pessoa.
- Forneça um feedback claro e bem específico sobre o fato e suas consequências. Multiplique, posteriormente, com aprendizado.
Ampliar os laços de confiança antes de definir a demissão – essa é uma atitude de líder inspirador.
Texto escrito por Vânia Goulart, fundadora e CEO da Selecta.
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