Público ou privado?

A pergunta nos leva a várias discussões e controvérsias. Muitos acreditam que é melhor um serviço público no qual a segurança é o que sustenta, além dos salários com boa média de mercado. Já outros acreditam que uma empresa que possibilite ao funcionário aprender e crescer é o que faz…

A pergunta nos leva a várias discussões e controvérsias. Muitos acreditam que é melhor um serviço público no qual a segurança é o que sustenta, além dos salários com boa média de mercado. Já outros acreditam que uma empresa que possibilite ao funcionário aprender e crescer é o que faz a diferença. E outros ainda preferem a vida de empreendedorismo, que permite maior flexibilidade e autonomia. Bom, mas o que é melhor? Qual caminho devo procurar ou aconselhar meus filhos a seguirem.

Historicamente, vimos que, no tempo dos nossos avós, os empregos públicos eram os únicos e os mais almejados. Carreira no Banco do Brasil, nos Correios, tudo pela estabilidade e a possibilidade de estar seguro com uma boa aposentadoria.  Por muitos anos, a estabilidade e o crescimento vertical dentro das empresas foi muito valorizado. Os integrantes da geração baby boomer (aqueles que nasceram logo após a Segunda Guerra Mundial) também buscaram empresas para estabilizarem e crescerem, contudo preferiram o setor privado no qual podem crescer com o esforço próprio. Valorizavam o esforço individual, o reconhecimento da lealdade e a dedicação ao que fazem.  Fato este não encontrado no serviço público, uma vez que o crescimento efetivo não se dá da mesma forma, já que é preciso às vezes passar por outro concurso para crescer. Na geração Y e Z, a autonomia e a qualidade de vida são os desejos maiores, não se tem muito apego às carreiras, e, sim, à satisfação pessoal.

Para dar seguimento a esta resposta, quero acrescentar dois fatores importantes para sua reflexão: um deles é sobre a lógica de se estudar muito para usar muito pouco do conhecimento adquirido na vaga que conquistar. Essa é a lógica dos concursos públicos, que pode ser constatada na insatisfação de muitos que hoje sentem-se angustiados, mesmo com a conquista de uma vaga pública que lhes garantiu a tão almejada segurança. A teoria demonstra que as seleções de pessoas para os concursos cada vez mais elege pessoas muito qualificadas para funções pouco desafiadoras, o que traz a frustração como consequência. Um concurseiro estuda muito, conquista muitos títulos acadêmicos e, depois de muito estudo, é aprovado. Nesse momento, encontra uma posição com boa remuneração, mas logo fica insatisfeito, pois o nível de desafio não o motiva, ele passa apenas a rotina do dia a dia. Todo o esforço investido, todo o conhecimento conquistado não é requerido. Uma segunda reflexão que nos ajuda a responder à pergunta do título é acerca do Flow (termo em inglês que significa fluxo) quando o indivíduo tem equilíbrio entre desafio e competência, consegue se desenvolver e crescer, pois está em flow. Precisamos desse equilíbrio para a nossa felicidade.

Analisando essas duas questões e com as experiências destes anos de atendimento, “Serviço público ou privado?” não deve, enfim, ser a pergunta. Cada um deve buscar posições nas quais consiga usar seus pontos fortes, sentir que suas habilidades são requeridas, suas competências necessárias para descobrir propósito no que faz.  Salário e segurança podem até trazer certas garantias, mas a sustentabilidade só é processada com o propósito alinhado ao desafio e ao aproveitamento de sua competência.

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